Por Rosualdo Rodrigues
Editor do Boníssimo
A Globo anuncia para a próxima semana a estreia de Onde Nascem os Fortes, sua nova super-série, no horário pós-Big Brother Brasil. O primeiro capítulo vai ao ar na segunda (23/4), mas já está disponível para assinantes do Globoplay.
É um aperitivo e tanto. Cumpre as funções que se espera de um episódio inaugural. Eficiente desenho dos personagens, clara ambientação da história e ganchos suficientes para que o espectador espere com ansiedade os próximos capítulos.
A trama, escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, é promissora. Usa o gancho clássico do casal apaixonado que tem de enfrentar os conflitos entre suas respectivas famílias. No caso, Maria (Alice Wegmann) e Hermano (Gabriel Leone).

E os conflitos partem de uma tragédia: o desaparecimento de Nonato (Marco Pigossi), irmão gêmero de Maria, atribuído ao pai adotivo de Ermano, o poderoso empresário Pedro Gouveia (Alexandre Nero).
Para resolver o mistério em torno do filho, a engenheira química Cássia (Patrícia Pillar) se muda com a filha para a pequena Sertão, sua cidade natal e lugar onde o rapaz desapareceu.
Aí vão aparecer tipos como o juiz Ramiro Curió (Fábio Assunção), o líder religioso Samir (Irandhir Santos), a performática Shakira do Sertão (Jesuita Barbosa), Rosinete (Debora Bloch), mulher de Pedro, e o delegado Plínio (Enrique Diaz), de caráter duvidoso.

Em Onde Nascem os Fortes, o autor George Moura, agora em parceria com Sergio Goldenberg, retoma a ideia de explorar um Nordeste moderno, o que já havia feito em Amores Roubados (2014).
E também da mesma forma que Amores…, a nova super-série é realizada sob comando de José Luiz Villamarim, que assina a direção artística. A direção geral é de Luisa Lima. Walter Carvalho fez a fotografia e dividiu a direção Isabella Teixeira.
No sertão de Moura e Goldenberg, motos substituem burros, as veredas viraram trilha de mountain bike, o sinal do celular pega em áreas mais desertas e os atores não precisam falar com sotaque forçado e caricato.

Com 60% das gravações feitas em externas, a maior parte no interior da Paraíba, Onde Nascem os Fortes justifica de saída a escolha das locações. O ambiente dita o ritmo contemplativo da narrativa e na luminosidade da fotografia de Walter Carvalho.
Dizer que parece cinema virou um clichê para elogiar um produto televisivo — vazio, já que não basta ser cinema para ser bom. Mas no caso do episódio de estreia da nova super-série da Globo, ele pode ser entendido no melhor sentido.