O Peru possui alguns dos melhores restaurantes do planeta e já foi reconhecido várias vezes como melhor destino gastronômico do mundo em premiações internacionais. No entanto, por trás dessa gastronomia tradicional peruano há um patrimônio nacional preservado cuidadosamente pela população ao longo de quatro séculos: o pisco.

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Essa bebida alcoólica, uma variedade de aguardente de uva produzida na costa sul do Peru desde o século 16, pode ser obtida exclusivamente através de um processo de destilação de mostos frescos de uvas pisqueras (Quebranta, Negra Criolla, Mollar, Italia, Moscatel, Albilla, Torontel e Uvina) provenientes de várias zonas geográficas ao redor do país, como Ica, Arequipa, Lima, Moquegua e Tacna.

As primeiras videiras foram levadas para o Peru pelos conquistadores espanhóis, que possuíam o costume de beber um vinho peculiar chamado de orujo. O excelente clima e a terra propícia da costa sul fizeram com que o cultivo de videiras se estendesse rapidamente por todo o vice-reinado, e, quando o produtor local começou a gerar concorrência com os espanhóis, eles decidiram proibir seu comércio nas colônias. Isso levou à destilação a ser feita. Veja a seguir os principais pontos para conhecer o pisco peruano:

Lima

Os bairros históricos de Pueblo Libre, Santiago de Surco, Miraflores e Barranco oferecem grande variedade de bares tradicionais onde o pisco é atração principal, alguns deles em funcionamento desde o fim do século 19. Os bares dos hotéis Country Club, Bolívar e Maury abrigam a tradição dos coquetéis à base de pisco e o pisco sour. Também é comum esses bares servirem o famoso chilcano e o butifarra, sanduíche que combina presunto de porco defumado com molho de cebola e pimentão amarelo.

Foto: Divulgação
Nos bares de Lima, tradição de coquetéis à base de pisco | Foto: Divulgação

Arredores de Lima

A cerca de duas horas de Lima, os vales de Lunahuana, San Vicente e Azpitia são bastante conhecidos pelo seu pisco. Vale aproveitar a viagem para visitar o distrito de Pachacámac, onde bodegas oferecem degustações gratuitas, o que acaba sendo ótima opção para quem quer dar um passeio rápido e barato.

Também perto de Lima fica o vilarejo de San Vicente de Azpitia, com uma única rua que abriga uma cozinha à base de camarão e uma adega com um pisco de qualidade superior que ganhou grandes prêmios nacionais e internacionais. Lá também é possível encontrar locais onde a degustação dos diferentes tipos de pisco é generosa e gratuita.

Vale, ainda, visitar Lunahuaná, distrito da província de Cañete, conhecido pelos esportes de aventura e pelo maravilhoso pisco que produz. Nesta zona é possível encontrar piscos feitos à base da casta da uva Uvina, cepa genuína dessas terras. A região também está repleta de produtores artesanais de pisco de alta qualidade.

Ica

Em Ica, encontra-se os vinhedos mais verdes, os piscos mais poderosos e os vales mais férteis para a agricultura. As vinícolas que compõem a rota do pisco em Ica revelam todo o processo de produção da bebida e estão espalhadas abundantemente pelo interior da região. História e tradição habitam várias destas bodegas que funcionam desde a época colonial (séc. 16) e preservam os seus métodos tradicionais de produção, enquanto outras empregam tecnologia de ponta nos seus processos.

Nesta rota pelos vinhedos e bodegas da cidade, a experiência para o turista é completa: há áreas de degustação e harmonização, hospedagem e restaurantes. Há ainda no roteiro atividades como percorrer campos a cavalo, colher uvas maduras, participar de almoços temáticos exclusivos e visitar o Museu do Pisco, em Paracas, que retrata a história da bebida, abriga a Piscofeira e o Instituto Peruano de Cata, especialistas em piscos e vinhos.

Foto: Reprodução/Peru Travel
A cidade de Ica fica a quatro horas da capital peruana, Lima | Foto: Divulgação

Arequipa

Chamada por seus habitantes de a Cidade Branca, Arequipa também abriga importantes bodegas de uvas pisqueras do Peru. Passando pelos vinhedos históricos da região – Valles de Caravelí, Majes, entre outros, localizados a aproximadamente quatro ou cinco horas ao norte de Arequipa –, o turista terá chance de ver de pertinho todo o processo de produção do pisco, da colheita à degustação final.

Mas o pisco não é a única bebida produzida ali. Diversas modalidades de vinhos brancos e tintos também são preparados nesta região. Após passear pelos vinhedos e conhecer tudo sobre a produção dessas bebidas, o visitante pode aproveitar a degustação de um bom pisco junto com os mais variados pratos das picanterías.

Tacna e Moquegua

Conhecida como a Cidade Heróica, Tacna possui vinícolas que guardam em si uma história de grande sabor com o pisco e os vinhos que produzem. Além de atrações históricas e culturais, é um excelente destino para degustar pisco e vinhos produzidos nos vinhedos do litoral. Lá, é possível conhecer algumas de suas vinícolas mais representativas e a uva típica da região: a uva preta crioula Tacneña.

A duas horas de Tacna, fica Moquegua, onde está uma das bodegas mais modernas do Peru. As variedades de cultivo dos vinhedos de Moquegua passam por Negra Criolla, Moscatel, Quebranta e Italia – sendo a região a única no Peru que exporta essa variedade de uva. As duas cidades não podem faltar no roteiro de quem quer conhecer as raízes mais profundas do pisco em solo peruano.

Fonte: http://www.peru.travel

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